Tirana Hassan, a Diretora Executiva da Human Rights Watch (HRW), levantou alarmes na sexta-feira sobre o papel dos fornecedores de armas ocidentais nos conflitos em andamento de Israel em Gaza e no Líbano. Falando com a Reuters, Hassan argumentou que nações como os Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido—ao continuarem a fornecer armas apesar das alegações documentadas de violações do direito internacional—correm o risco de alimentar conflitos globais mais amplos. Hassan enfatizou: “Se continuar a haver apoio militar às Forças de Defesa de Israel e eles sabem que essas armas estão sendo usadas na comissão de crimes de guerra, então isso deveria ser suficiente para que as vendas e transferências de armas parassem.”
A posição da HRW desafia os países ocidentais, afirmando que seu apoio militar a Israel é percebido como um duplo padrão na responsabilização internacional. “Essa contradição,” continuou Hassan, “é explorada por países como Rússia e China, que a utilizam para questionar o compromisso do Ocidente com os direitos humanos e o direito internacional.”
As observações de Hassan coincidem com um recente relatório das Nações Unidas sobre o conflito Israel-Hamas em Gaza, revelando que quase 70% das vítimas verificadas foram mulheres e crianças. Funcionários palestinos relatam mais de 43.500 vidas perdidas desde que as hostilidades se intensificaram em outubro de 2023.
Em meio a esses desenvolvimentos, Washington emitiu recentemente um aviso condicional a Israel, instando a ação humanitária em Gaza ou arriscando restrições à ajuda militar dos EUA. Hassan acrescentou que o potencial retorno de Donald Trump à presidência dos EUA traz mais incertezas, citando suas declarações sobre deportações em massa como “uma mensagem muito preocupante” no cenário internacional.