A Rússia revelou uma versão aprimorada de seu drone de ataque Geran-2 na Ucrânia, agora equipado com uma poderosa ogiva termobárica para aumentar sua eficácia contra alvos fortificados. O recém-aprimorado Geran-2, que estreou em março de 2024, dobrou o peso de sua ogiva de 50 kg para 90 kg, proporcionando um impacto mais forte ideal para romper bunkers e posições fortificadas. Esta última adaptação marca uma mudança na estratégia de drones da Rússia, focando em ataques de alto impacto para exaurir as defesas ucranianas.
Originalmente modelado a partir do Shahed 136 do Irã, o Geran-2 passou por extensas melhorias desde sua introdução no conflito ucraniano em 2022. A Rússia refinou as características estruturais e tecnológicas do drone para atender às suas próprias necessidades táticas, incluindo a substituição da estrutura original em colmeia por uma estrutura de fibra de vidro mais leve, reforçada com fibra de carbono, agilizando a produção em massa.
A ogiva termobárica do Geran-2 o distingue das munições tradicionais. Esta ogiva dispersa um aerossol de combustível antes da detonação, criando uma onda de choque maciça e calor extremo que penetra em espaços confinados. Esse tipo de armamento é particularmente eficaz contra alvos subterrâneos, tornando-se uma ferramenta formidável para neutralizar túneis, depósitos de munição e bunkers. Quando acionada, a explosão termobárica pode se propagar através de redes de túneis, eliminando tudo em seu caminho.
Além de seu poderoso payload, o Geran-2 possui capacidades avançadas de navegação e rastreamento. Atualizado com o sistema russo Kometa-M, compatível com a rede de satélites GLONASS, o drone agora depende menos de tecnologias estrangeiras e é mais resistente a interferências eletrônicas. A geolocalização baseada em GSM usando redes móveis ucranianas melhora a precisão dos alvos em áreas urbanas, permitindo ataques precisos dentro de um raio de 200 metros.
A Rússia também incorporou comunicações 4G e transmissão de dados em tempo real em alguns modelos do Geran-2, permitindo que o drone transmita inteligência ao vivo profundamente no território inimigo. Essas informações podem ajudar as forças russas a mapear as defesas aéreas ucranianas e coordenar ataques subsequentes de forma mais eficaz. Além disso, a adição de iscas de radar, ainda em fase de testes, pode ajudar ainda mais a saturar as defesas inimigas, aumentando a assinatura de radar do drone e potencialmente desviando o fogo antiaéreo.
A versatilidade e o custo relativamente baixo do Geran-2—estimado entre US$ 20.000 e US$ 30.000 por unidade—o tornam um ativo estratégico para a Rússia em uma guerra de atrito. A produção em massa está em andamento, com a fábrica de Alabuga, em Tatarstão, prevista para produzir até 6.000 unidades em 2024, conforme reportado pelo Wall Street Journal. Essa produção permite que a Rússia aplique pressão incessante sobre as defesas aéreas ucranianas, lançando ataques frequentes com drones para esgotar o estoque de mísseis interceptores caros da Ucrânia.
O Geran-2 aprimorado representa uma evolução tática de uma simples munição de patrulha para uma plataforma multipropósito de ataque e reconhecimento. Ao combinar produção econômica com capacidades avançadas de mira e reconhecimento, o Geran-2 é uma pedra angular na abordagem da Rússia para desgastar as defesas ucranianas. À medida que a guerra avança, o design adaptável do drone e sua implantação agressiva podem alterar a dinâmica dos confrontos modernos no campo de batalha na região.